Campanha Canção Escarlate – Sessão 10

Salve! Décima sessão da nossa campanha, a história de quatro indivíduos viajando pelo enorme e rico reino de Samburdia, em uma versão quase que completamente alterada do cenário de Tormenta, em busca de vingar sua antiga líder. Foi mais uma sessão bastante curta, mas o início de uma história que vai mover bastante a trama principal da campanha!

Personagens:
• Delphyne Brannon (Elisa): feiticeira samburdiana nascida com um prenúncio de maldição.
• Karsus (Rafael): guerreiro, ex-bandido agora devotado a Khalmyr, portiano.
• Javier (Megaron): espadachim meio “espanhol”.
• Eeve/Ginger (Bianca): misteriosa dama samburdiana.
Para saber mais sobre a campanha, veja a página da campanha aqui no blog, os posts mais antigos e a página no Obsidian Portal.

Cena 01: Encontros e Desencontros
A jornada continuava pela Estrada Real, uma via plana que cortava e encimava colinas e rios. Era banhada em ouro, e aqui e ali faltavam tijolos, roubados por viajantes oportunistas e com muito tempo livre para arrancá-los. Mas aquele quarteto tinha pressa para enfim encontrar a capital de Samburdia, e não pararia para depredar a estrada. Na primeira noite, Karsus e Eeve combinaram que ela não mais trabalharia como rameira depois dos tristes eventos com Balared, e ele e Javier a ensinariam a lutar. Por fim, o guerreiro a presenteou com um espadim, entre beijos que iniciavam um romance secreto – afinal, Delphyne estava em uma tenda próxima, ainda magoada com Karsus.
A noite seguinte reservou uma estranha surpresa: ao sair para buscar lenha, Karsus ouviu um barulho. Foi averiguar, e encontrou um lenhador assustado entre as folhagens. Eles conversaram brevemente, e o simpático homem disse se chamar Kazamir e viver em uma vila de pescadores chamada Belmonte, não muito longe dali. Convidou Karsus e os outros três para passar a noite em sua casa. As noites começavam a ficar chuvosas, e eles prontamente aceitaram a oferta de cama quente.
Na aldeia simples entre o mar e uma grande colina, os companheiros puderam ter um típico jantar familiar samburdiano, servido pela esposa de Kazamir, Manola. Seus espevitados filhos – em especial o pequenino Kurun, que imediatamente apaixonou-se por Delphyne e não queria mais largá-la – faziam festa com eles. A comida era farta e excelente, e pela primeira vez em muitos dias eles jogavam conversa fora e esqueciam dos problemas da vida.
Considerações: ceninha rápida de viagem e roleplay, bem engraçada por conta dos nomes de Kazamir e Manola (:P) e da bagunça dos quatro filhos deles. Não detalhei muito a jornada dessa vez, exceto ao descrever a Estrada Real. Construída há meio século quando Samburdia foi dominada pelo império barkalês (um reino estilo Israel e Arábia, em uma península ao sul, criado por mim), essa estrada extravagante foi construída pelo novo Sultão do reino, plana como trilhos de trem (com túneis e pontes abertos para que ela nunca se incline), ligando as três maiores cidades do reino (Mehnat, Tandra e Collarthan). Quando os barkaleses foram expulsos, a estrada só recebeu manutenção nos primeiros anos, e foi se desgastando (a folha de ouro dos tijolos sumindo) e tendo tijolos roubados em vários pontos, especialmente por estrangeiros. Sim, a ideia veio da Imperial Hwy de Dragon Age. :P
Cena 02: Um Luau Sangrento
De repente, uma gritaria foi ouvida lá fora. Obviamente, nossos heróis saíram para ver o que era. O pescador Razzar gritava que sua casa fora invadida e sua esposa, levada por homens com cabeça de peixe, monstros saídos de pesadelos. Delphyne prontamente lembrou de seus estudos com Irwin, seu mestre – aquelas eram criaturas abissais, também conhecidas como skums, monstros que serviam a um terrível monstro da escuridão oceânica chamado de abolete.
Mesmo assim, os companheiros saíram para averiguar, acompanhados por alguns guardas e o xerife da vila, um homem grande e pardo chamado Thereus. Seguiram os rastros até a praia e se separaram em três grupos; Delphyne e Eeve seguiram pela beira-mar, e avistaram vultos estranhos ao longe levando pessoas em redes de pescas. Eram os monstros. Delphyne lançou um feitiço para que as duas ficassem quase invisíveis na noite, e outro para que suas peles ficassem duras como pedras. Se esgueiraram então para perto dos homens-peixe, aguardando a chegada de Javier e Karsus. 
O guerreiro e o espadachim chamaram e saltaram, de espadas em riste, para cima dos skum. Sua pele escamosa fazia as armas escorregarem, e suas garras ameaçavam retalhar cruelmente os heróis. Eeve tentou esfaquear um pelas costas, mas conseguiu apenas atrair sua atenção: ele começou a atacar as duas, e atingiu Delphyne com duas garradas certeiras, abrindo cortes horríveis no ombro e na barriga da feiticeira, que desmaiou com a perda de sangue. Karsus e Javier intensificaram seus ataques, flanqueando, saltando e alvejando juntas, olhos e guelras, enquanto cada skum que sobrevivia provocava talhos cada vez mais profundos nas áreas desprotegidas pelas placas do guerreiro. Ainda assim, em um golpe furioso com as duas armas, decapitou o último dos monstros.

Além da esposa do pescador Razzar, uma criança e um curtidor haviam sido pegos, e saíram das redes agradecidos. Ainda assim, Karsus estava muito ferido – e Delphyne, mais uma vez, correndo perigo de vida -, e Thereus chegou com os guardas atrasado (havia encontrado outro grupo de monstros), enquanto os resgatados ajudavam os heróis a caminhar de volta a Belmonte. O xerife então os levou para receberem cuidados de Thannara, a curandeira da aldeia.

Considerações: mais uma vez o vício em magia de Delphyne se provou quase fatal para a pobre coitada, que gastou todos os seus pontos de Essência (a energia mágica que um mago consegue reunir em si próprio e canalizar para lançar feitiços) para tentar dar cabo dos monstros – se aproximando demais deles para tentar sobrepujá-los – e acabou se dando mal. Não se preocupem, ela sobreviverá, mas tomará mais uma bronca terrível de Karsus e finalmente vai começar a querer melhorar!
De modo geral, mais uma vez o Fantasytelling me agradou, tanto pelo combate onde monstros que seriam meras buchas-de-canhão (e não dariam nem para o primeiro round) foram considerados perigosos, quanto pela magia, que pode cobrar um alto preço do mago. Porém, ajuda também o fato de eu ter retratado os skum do jeito que estão descritos no Old Dragon, como criaturas abissais (no sentido de abismo submarino, não o plano de D&D), da escuridão, repugnantes e saídas da mente louca de algum deus antigo (no caso Dagon, o senhor das profundezas; em breve ouviremos falar mais sobre ele).
Estamos agora a três sessões de equiparar com a nossa frequência atual de jogo. É o reporte que fiz que mais está durando (e um dos mais duradouros na blogosfera brasileira, eu acho!), e não vai acabar nem tão cedo, porque nossa empolgação para jogar só aumenta. Até a próxima sessão!

Imagens: Dan Ramos, Víctor Guerra

4 comentários em “Campanha Canção Escarlate – Sessão 10

  1. Acredito que um “previously” apenas da sessão anterior já seja o suficiente para ajudar a se situar, mas dependendo da sessão pode valer a pena mencionar fatos ainda mais antigos (mesmo assim sem deixar de “linkar” a página e postagens anteriores da campanha).

    :)

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