Campanha Aegis – Capítulo 01

Meu grupo e eu fizemos um reboot da nossa mais querida campanha de AD&D, congelada após 10 anos. É com orgulho que começo Aegis, sucessora de Canção Escarlate nos reportes deste blog. O nome vem do escudo que Zeus usou na luta contra os titãs. A ideia é que os heróis sejam uma égide dos povos livres em uma campanha com ares bélicos.

Continuo meu caso de amor e ódio com o Storytelling modificado que chamo de Fantasytelling. Meus jogos de fantasia agora se passam na minha versão modificada de Dragon Age, 140 anos depois da timeline oficial. Mais especificamente no reino de Artoria, inventado por mim, ali entre as Fronteiras Livres e Nevarra. O clima é Dragon Age, Game of Thrones, The Witcher, Bernard Cornwell e Tolkien.

Apenas dois dos quatro jogadores puderam jogar na primeira sessão, e começamos com cada personagem separado com seus próprios plots, convergindo para uma só história.

Duncan (Gabriel)

Duncan, o arqueiro
Duncan, o arqueiro

Brevalês (de Breval, reino “escocês/irlandês” que inventei ao norte de Ferelden) arqueiro. Uma rixa entre famílias o fez vingar-se de seu tio (e mentor) espancado, matando o primogênito do clã inimigo. Desde então fugiu e tornou-se um andarilho.

Iniciamos o jogo à noite em Ponte Alta, aldeia do Baronato Standen, um lugar pobre e escuro. Na estalagem Peregrino Cinzento, Duncan tomava uma sopa quando um sujeito maltrapilho tirou uma espada de uma trouxa de palha e anunciou assalto, batendo no estalajadeiro.

O PJ rapidamente preparou o arco, na encolha. Viu que a coisa era feia, varou a perna do ladrão (-2 dados, 3 de dano) e resolveu a questão (called shot aqui é tenso!). Surgiu o malvado chefe da guarda Renfrew e levou o agonizante homem embora aos pontapés. Todos comemoraram, o arqueiro ganhou regalias e ainda se deu bem com uma serviçal safadinha que foi lhe dar banho.

Dia seguinte, veio o intendente Mortimer em busca de um bom rastreador. Duncan o seguiu até sua carruagem (jogador desconfiado as always). O serviço era achar os filhos do barão local, Daeron e Haleena, que já deviam ter chegado de viagem. O arqueiro aceitou, pegou o adiantamento, suprimentos e um cavalo emprestado e partiu.

Até agora cenas bacanas e tal, mas agora sim a aventura começava. Dois dias depois, Duncan encontrou uma aldeia incendiada e saqueada. Cautelosamente (jogador com aquela pulga atrás da orelha) chegou ao fortim, e em meio à chacina reconheceu o tabardo de um cavaleiro moribundo: Ser Blake, líder da caravana das crianças.

Ser Blake balbuciou que era tudo obra das crias das trevas*, que levara os filhos do barão para a Floresta Antiga, perto dali. Meio sem entender nada, Duncan seguiu os rastros dos monstros até perto de um penhasco, onde viu uma luta.

* Crias das trevas (darkspawn) é a versão de Dragon Age, na essência, para aquele conjunto de monstros padrão de D&D; são as raças básicas “corrompidas pelo mal”. Genlocks (anões) lembram orcs, hurlocks (humanos) lembram hobgoblins, sharlocks/berros (elfos) lembram bugbears e ogros (kossith) lembram ogros mesmo. Eles nascem das broodmothers (parideiras), fêmeas das raças que são transformadas em monstros horrendos e concebem a prole.

Krank (Rafael)

Krank, o anão
Krank, o anão

Anão da cidade de Korundal (criada por mim). Guerreiro devoto do ancestral Exemplar de seu clã, Hedrim (os anões adoram a “Pedra” e seguem grandes Exemplares da raça), entrou para a Guarda de Aço com o irmão indisciplinado (e berserker) Barundar. Foram enviados para ajudar a limpar os túneis da região de Valdrun, um antigo thaig (colônia) da raça.

No início de seu jogo, o Esquadrão Guarda de Aço chegava, através das Estradas Profundas em seus dimraks (pôneis montanheses), à porta de Valdrun. Logo notaram algo errado: o portão estava entreaberto, e as minas pareciam abandonadas! O jogo ainda ia devagar, mais comigo narrando as investigações e o jogador participando pouco, afinal era apenas um soldado.

Eis que nas escavações mais profundas, se depararam com um massacre: todos os anões mortos e algumas crias das trevas entre os corpos! Após lamentar e prosseguir com sangue nos zóio, encontraram uma pequena tropa de genlocks.

Aqui rolei o combate com foco apenas nos irmãos (Gabriel rolando por Barundar), rolando um teste prolongado geral para cada lado. Como resultado, a cena foi rápida e caótica, com Barundar matando muita gente e Krank defendendo (com seu escudo e armadura de escamas) o irmão, que se jogou nos inimigos e quebrou a formação.

Com o comandante Bulthor ferido (a médica morrera), Krank tentou estancar o ferimento e o sangramento cessou como que por magia (em Dragon Age os anões não podem lançar feitiços, por crescerem expostos ao mineral lyrium (e assim ganham resistência à magia); porém há anomalias (como Sandal, nos games), e Krank era uma). Todos chocados!

Com a notícia do batedor Faldrik que muitos monstros escaparam para a superfície, Bulthor mandou Krank avisar os humanos do perigo, e que não voltasse mais! Os anões são muito rígidos e expulsam por qualquer besteira. Faldrik foi destacado para acompanhá-lo e retornar com a missão cumprida, e Barundar se juntou a eles contra a vontade do líder.

Era a primeira vez dos três na superfície, seguindo a trilha nas colinas cobertas de floresta. O roleplay foi bem bacana, com eles sem entender o mundo dos homens, aprendendo a fazer fogo com madeira para se aquecer, discutindo sobre as estrelas…

Dia seguinte, chegaram a um acampamento ao lado dum penhasco, Faldrik calculou mal os números (eu dei pontos de trama pela “sacanagem”) e eles se viram lutando com três genlocks e um hurlock. No meio da luta, com muito azar de Rafael/Krank nos dados, um hurlock chutou barundar penhasco abaixo, que sumiu na névoa sobre o rio.

post-dnd5da

Duncan e Krank

O arqueiro sniper começou a saraivar monstros como se não houvesse amanhã (sem Defesa para armas de disparo, amigo; é pular no chão, pegar cobertura, usar armadura e/ou rezar) e, com sua ajuda, os anões venceram os monstros. Rolou uma cena show de Krank, defendendo um golpe com 5 sucessos (crítico) e ganhando um ataque livre, matando um genlock. Então, no seu turno, chutou o algoz de seu irmão e o viu se estatelar lá embaixo.

Finda a luta, Krank prestou socorro ao ferido Faldrik. Apresentações feitas, os três uniram forças para encontrar Barundar e salvar as crianças. Duncan ficou em cima e os anões desceram até o rio, mas encontraram apenas o hurlock, nada de Barundar…

E assim terminamos nossa primeira sessão, empolgadaços pra continuar esta que era e sempre será nossa melhor saga, embalada pela emblemática canção Metal Contra as Nuvens. Até a próxima!

8 comentários em “Campanha Aegis – Capítulo 01

  1. Que legal, bacana mesmo ver como o jogo fluiu com o sistema, agora quero ver os outros personagens e como a história vai se desenvolver. Aguardando pelo próximo reporte, fiquei com vontade de jogar…

    Curtir

Dê um pitaco, não custa nada