Campanha Aegis – Capítulo 06

Este é o reporte do remake da minha campanha mais longa de AD&D, agora em Thedas, mundo de Dragon Age, usando D&D 5E. É estranho voltar a escrever este reporte. A campanha continua suspensa, e não sei se vai voltar, mas me senti na obrigação de registrar tudo que jogamos.

No reino de Artoria (que eu criei, entre as Fronteiras Livres e Nevarra), o arqueiro das terras frias além-fereldanas Duncan (Gabriel), o anão devoto Krank (Rafael), o nevarrano paladino Moloch (Diego) e a elfa guerreira arcana Noelle (Elisa) tentam sobreviver, mas estão destinados a se tornar lendas.

Leia os reportes anteriores aqui. Mas basicamente eles têm ajudado a vila de Hommlet, assolada por crias das trevas que infestam o pântano local, cada aventureiro metido na história por motivos particulares. Após salvar seus protegidos nobres mirins de aranhas gigantes, venceram as primeiras defesas da fortaleza em ruínas onde as crias estão aquarteladas.

A propósito, como faz tempo que jogamos as últimas sessões (2015), talvez eu seja mais sucinto que gostaria. Desculpa.

Encontros e desencontros

E então os aventureiros, recém-convertidos ao D&D 5E, tinham uma fortaleza caindo aos pedaços para investigar. Antes jogávamos naquela minha versão do Storytelling para fantasia medieval, e a mudança de sistema certamente ia dar outra pegada à ação. Assim, tínhamos um hack ‘n slash mais tranquilo à frente.

Ainda assim, Noelle estava ferida, de modo que Krank a curou e levou a um esconderijo entre os juncos e arbustos; Duncan, Moloch e Sabinne entraram. Após encontrar pouca coisa interessante, descem escadarias grandes para os antigos porões do lugar. E quem manja de Dragon Age sabe que o grosso das crias das trevas estaria em túneis subterrâneos.

Lá embaixo, ao ver celas com humanos estranhos de olhos mortiços (carniçais) e um ogro sentinela guardando os túneis escavados, notaram que ainda eram de 3º nível (e o ogro das crias das trevas é mais forte que o do Livro dos Monstros), meteram o rabo entre as pernas e caíram fora.

O que se provou uma boa decisão, porque enquanto isso, Krank e Noelle avistavam uma pequena tropa retornando ao forte! A elfa atirou uma pedra luminosa na direção das ruínas para avisar e todos fugiram, desencontrados. Os dois caíram em um sumidouro no pântano, mas Elisa deu sorte nos dados e Noelle agarrou algumas sarças, salvando os dois.

Logo todos se encontraram e voltaram a Hommlet. Lá, encontraram os aldeões se empurrando para a segurança da torre fortificada de Rufus e Berne, os mercenários aposentados (que na prática mandam na região). Após ajudar e apressar o povo, conseguem aquele merecido long rest na torre. As crias das trevas estavam finalmente sitiando a aldeia de Hommlet, ainda que de forma sutil.

Boas e más notícias

Mal o galo cantou, Rufus procurou Moloch para sugerir que o grupo partisse ao amanhecer – sendo as crias das trevas notívagas, certamente sua passagem seria mais segura. Eles deveriam comprar víveres em Vau Branco, pequena aldeia na descida do rio, e seguir para Ponte Alta, a fim de pedir ajuda a Ser Rodrik, senhor das terras e único que podia trazer tropas para ajudar.

Era um dia de sol apesar de tudo, e os quatro (Sabinne ficou para ajudar nas defesas) seguiram junto ao rio, as primeiras neves caindo. O fazendeiro Brannon, que estava com Noelle antes, seguiu com eles para ver seus familiares (os estalajadeiros que a elfa ajudou). Moloch, que nunca vira neve (minha Nevarra é uma terra de cavaleiros, com estepes douradas e vastas planícies de clima mediterrâneo), ficou maravilhado.

A felicidade durou pouco, no entanto. Vau Branco tinha sido massacrada pelas crias das trevas. Em meio ao morticínio, o grupo encontrou um menino sobrevivente (que Brannon, tendo perdido sua família há pouco tempo, adotou) e jogou os mortos ao fogo.

Azagaias e raios

A jornada guardava mais surpresas amargas. Alguns quilômetros a oeste, com fome e frio, a comitiva viu dois cavalos mortos bloqueando a estrada, cada um com flechas de penas negras cravadas no corpo. Noelle logo notou que um dos cavalos pertencia ao homem que a salvara dos bandidos que a molestaram, e eles decidiram investigar. Alforjes esvaziados, um tubo de guardar mapas vazios… o cheiro de emboscada era pungente.

Como já disse antes, até então estava usando coisas do velho módulo The Village of Hommlet, de Gary Gygax. Mas como estava nos planos, introduzi aqui meu uso da aventura da 5E The Lost Mine of Phandelver. O leitor notará as semelhanças e diferenças da minha narrativa com o módulo. Foi então que gremlins atacaram os jogadores de seus esconderijos, atirando azagaias.

Goblins são monstrinhos com muitos semelhantes nas lendas e cultura pop. A versão Dragon Age deles se chama “ghast” (surgem no DLC “Mark of the Assassin, do II”), por exemplo. Então decidi que cada região da minha Thedas vai chamar monstros muito comuns por um nome específico – Goblins (Ferelden), gobelins (Orlais), ghasts (Fronteiras Livres), duendes (Antiva) e por fim gremlins (Artoria).

Como a ideia era provocar os jogadores, a facilidade do combate não seria problema. Mas como eles são nível 3, pus seis (ao invés de quatro) gremlins/goblins para emboscá-los. Obviamente, algumas jogadas de ataque e raios cantrips depois eles estavam no chão, mas meus queridos jogadores morderam a isca e logo seguiram os rastros dos monstros, passando por algumas armadilhas, até o covil camuflado das criaturinhas, na floresta.

Ao sopé de uma colina, mal deixaram Brannon e o menino pra trás com os cavalos, foram emboscados por mais gremlins de um arvoredo próximo. Matar os sentinelas foi fácil, mas uma flechada de Noelle quase acertou Krank por acidente (quando você alveja dois combatentes engajados, sofre disadvantage no ataque, e assim interpretei o erro da personagem, que ainda por cima tirou 1).

Depois desse pequeno entrevero, os aventureiros se prepararam para mais uma dungeon e a sessão acabou.

E aí, tô muito enferrujado? Deu pra entender legal a narrativa, mesmo com muita informação cruzada? Preciso mesmo publicar aqui um mapa e algumas linhas gerais da minha versão de Thedas, para linkar e não deixar ninguém perdido. O bom é que ainda tem uns 3 reportes para publicar. Quem sabe não voltamos a jogar até lá? :)

Um comentário em “Campanha Aegis – Capítulo 06

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